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O que está por trás dos casos de morte súbita entre jovens?

Número de atendimentos de jovens com mal súbito aumentou, diz cardiologista

  • Foto do(a) author(a) Larissa Almeida
  • Larissa Almeida

Publicado em 12 de junho de 2025 às 06:00

Mariele Costa Cordeiro
Mariele Costa Cordeiro morreu após mal súbito em Itapetinga, no sudoeste da Bahia Crédito: Reprodução/Instagram

Mortes repentinas, precoces e que deixam um rastro de dúvida. É assim que pode ser classificada a perda do estudante João Gabriel Hofstatter De Lamare, que morreu subitamente após ar mal enquanto participava da Maratona Internacional de Porto Alegre, no dia do aniversário de 20 anos, no último sábado (7). Um dia antes, a estudante de pedagogia Mariele Costa Cordeiro, 30 anos, morreu após sofrer um mal súbito em Itapetinga, no sudoeste da Bahia.

Os casos de João Gabriel e Mariele, dois jovens de diferentes regiões do país, são expoentes de um problema que tem acometido pessoas de todas as idades, de Norte a Sul do país, embora o maior número de ocorrências em pessoas abaixo de 35 anos esteja ligando um alerta entre a comunidade médica. Cardiologistas, especificamente, têm demonstrado preocupação com o que têm testemunhado dentro dos consultórios e hospitais.

“Existe, sim, uma ocorrência maior de morte súbita. Eu tenho visto ao chegar no pronto-socorro e eu tenho ouvido os relatos de pessoas jovens que morreram em academias ou em jogos de futebol. É algo que não pode ar despercebido e precisa ser levado em conta para ser investigado profundamente. O que temos visto, até o momento, é a população mais jovem em busca de uma saúde física que não é necessariamente saudável”, destaca médico cardiologista Mário César Santos de Abreu, que é professor de cirurgia cardiovascular na Faculdade de Medicina da Ufba.

Estudante de 20 anos morre no dia do aniversário após ar mal em meia maratona por Reprodução

Ele analisa que, cada vez mais, jovens têm feito o uso de hormônios em grandes e substâncias químicas em grande quantidade, como anabolizantes, esteroides e drogas ilícitas. “Sabe-se que o uso dessas substâncias geralmente não decorre de uma prescrição médica e não existe uma avaliação prévia, tanto é que algumas têm hormônios que são utilizadas em animais. Há um aumento exagerado da vontade ficar musculoso e forte, o que leva ainda à intensificação dos exercícios físicos”, aponta Mário César.

A combinação do uso de substâncias – inclusive bebidas alcóolicas em excesso – e treinos cada vez mais intensos e exigentes acaba por sobrecarregar o coração, bem como favorecer o aparecimento de problemas cardiovasculares. Em alguns casos, somente o esforço físico intenso já pode apresentar complicações. Não à toa, tem sido mais recorrentes episódios de mal súbito em academias.

No dia 21 de maio, a estudante de Relações Internacionais Dayane de Jesus, 22 anos, morreu enquanto treinava na academia, no Rio de Janeiro. Um vídeo gravado por uma câmera de segurança mostra que a jovem usa o celular e senta em um dos aparelhos da academia. Segundos depois, ela desmaia e cai no chão. Alunos e professores que estavam no local tentaram socorrê-la, mas ela não resistiu.

Doenças genéticas

O cardiologista Luiz Ritt ressalta que, embora haja preocupação com outras razões, as causas mais comuns de morte súbita em uma pessoa mais jovem são as alterações cardíacas geneticamente modificadas, como a cardiomiopatia hipertrófica – doença cardíaca caracterizada pela espessura anormal do músculo cardíaco que podem dificultar o enchimento do coração e a saída do sangue, e gerar arritmias.

Outra doença genética é a miocardite, uma inflamação causada por um vírus no coração que pode elevar os riscos de uma arritmia. Foi especulado que o vírus da Covid-19 estava causando essa condição, bem como a vacina de imunização contra o vírus. Luiz Ritt, no entanto, descarta essas possibilidades.

“Um estudo americano recente que avaliou e focou exatamente nessa possível relação não demonstrou uma vinculação formal de aumento de casos ou relação comuns. Os casos de miocardite foram muito raros e os que tiveram eram muito brandos, sem que ficasse evidenciada uma relação”, diz o especialista.

Para detectar problemas cardíacos genéticas e evitar uma possível ocorrência de mal súbito, a recomendação dos cardiologistas é de procurar atendimento médico e realizar exames fundamentais, como eletrocardiograma, ecocardiograma e uma avaliação clínica. É também aconselhável evitar o uso de substâncias químicas que não sejam istradas por médicos e manter um estilo de vida saudável, mas moderado, sem excesso de cargas de exercício e com alimentação equilibrada.