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Larissa Almeida
Publicado em 13 de junho de 2025 às 05:00
Entre 1º de janeiro e 9 de junho deste ano, a Bahia contabilizou 5.007 casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG). A condição, que é a versão agravada de problemas respiratórios – como Covid-19, Influenza e resfriados que evoluem para algo mais sério – matou pelo menos uma pessoa por dia até 3 de maio, quando 123 óbitos já tinham sido registrados. Mais de um mês depois, esse número saltou para 191, segundo dados do boletim epidemiológico mais recente da Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab). Por trás dos quadros de SRAG, está o rinovírus, que é o causador de 53,5% das ocorrências da síndrome entre os baianos. >
Por definição, o rinovírus é o vírus responsável por causar a maioria dos resfriados comuns. Há mais de 100 tipos diferentes desse agente, o que torna difícil a criação de vacinas eficazes contra eles. Apesar de ser altamente contagioso, os grupos que correm mais risco com o rinovírus são crianças e idosos. >
“O vírus pode progredir para casos de síndrome respiratória aguda grave, mas o que mais observamos são casos do tipo vinculados a Influenza. Quando o rinovírus começa a agir, ele dá o quadro de resfriado, que são casos leves. Só que crianças e idosos podem evoluir para um quadro mais delicado”, aponta a infectologista Clarissa Cerqueira. >
A maior vulnerabilidade entre crianças e idosos ocorre por conta da maior probabilidade de aglomeração, sobretudo no inverno, época em que as pessoas tendem a estar mais juntas. “A população mais suscetível é sempre aquela que se aglomera mais. Muita gente pensa que é o frio ou a chuva que traz a doença, quando, na realidade, esses dois fatores fazem com que a gente fique mais trancado em ambientes fechados, favorecendo a circulação e alcance do vírus”, explica o infectologista Adriano Oliveira. >
Em geral, o rinovírus provoca os sintomas clássicos dos resfriados: nariz entupido, coriza, dor de garganta, espirros e, em menor frequência, dores de cabeça, fadiga e dor muscular. Quando não devidamente tratado ou se a pessoa não tiver a imunização adequada, o simples resfriado pode se tornar uma pneumonia que, por sua vez, pode evoluir para o quadro de SRAG. >
Quem é diagnosticado com a síndrome começa a apresentar sintomas de coriza e obstrução nasal, dor de garganta e tosse. Depois, esse quadro evolui e acomete as vias aéreas inferiores, o que leva aos sintomas mais graves, como falta de ar, escurecimento dos lábios, dor torácica, dificuldade para falar e respirar, podendo chegar a situações mais extremas, como insuficiência respiratória – que é quando ele não consegue mais respirar sem ajuda mecânica – e afundamento das costelas, em crianças, pelo esforço feito para manter a respiração. >
Neste ano, o número de mortes decorrente da SRAG diminuiu em relação ao ano de 2024. Entre janeiro e os nove primeiros dias de junho do ano ado, 367 pessoas haviam morrido por conta dessa condição 6.162 casos haviam sido confirmados pela Sesab. Neste ano, como já mencionado no início da matéria, 5.007 casos foram confirmados, com 191 óbitos. >
Para prevenir um caso de rinovírus e o agravamento desta condição, é preciso evitar o contato com gotículas infectadas de outras pessoas, o que pode ser feito através do uso de máscara, distanciamento social de um metro e higienização constante das mãos. No entanto, os médicos são unânimes ao analisar que tais medidas tendem a não ser totalmente eficazes, uma vez que demandaria a adesão coletiva dessas práticas. >
Uma vez infectado com o vírus, o tratamento é protocolar, conforme indica Claudilson Bastos, médico infectologista e consultor do Sabin Diagnóstico e Saúde. “Não existe tratamento específico, [mas são recomendados o] uso de antitérmicos, analgésicos e hidratação, como medidas de e”, diz.>
Já o tratamento da síndrome respiratória aguda grave pode demandar oxigenioterapia precoce, e da Unidade de Terapia Intensivo (UTI), fisioterapia e remédios antivirais. >